A cor negra
A mais bela de todas as cores
Pois em sua beleza há tudo
Mas também não há nada
Há uma forma inigualável
Mas não há brilho
Tua beleza se diferencia das demais
Pois em sua beleza ela escolheu ser só
Ignorou as outras para que ela única
Seja somente ela
Uma pura e doce existência
Meu espirito e tingido desta cor negra
Agora em absoluto
Outrora este mesmo espirito era cinza
Vivia somente com sua felicidade
Mas no dia em que ele encontrou outro ser
Seu espirito cinza foi ganhando novas tonalidades
Primeiro veio o vermelho
A paixão o dominou
Depois veio o azul
Com sua serenidade
Com a incerteza se poderiam ficar juntos veio o verde
Esperança infinita
Ao desvendar tal sentimento veio o amarelo
Alegria infinita
E por fim veio o branco
Paz
Pois pensava em sua ignorância
Que o outro ser também sentia o mesmo que ele
Depois de ver que fora iludido e enganado
Seu tom mudou para o alaranjado
Mistura de dois sentimentos se tornaram um novo
A raiva
Em teu interior se martirizava
Por ter sido engando de tal forma
Em total desilusão veio o lilás
Tristeza profunda
Tao profunda e calma como o leito de um lago
Tamanha foi sua decepção
Que escolheu ficar só
Excluiu todas as cores de seu espirito
Excluiu todos os sentimentos de seu coração
Tornando-o preto
Com seu espirito tingindo de preto
Veio a desfrutar da verdadeira paz
Não havia paixão
Vermelho
Não havia serenidade
Azul
Não havia esperança
Verde
Não havia alegria
Amarelo
Não havia raiva
Alaranjado
Não havia tristeza
Lilás
E depois dessa rejeição de cores e sentimentos
O mesmo percebeu
Que a paz não vinha do branco
Do branco vinha apenas o caos
Emoções e sentimentos misturados
Tornando-se um
O branco
Em sua descoberta
Percebeu que somente o preto
É que trazia paz
A verdadeira paz
Pois renunciaste a tais sentimentos tolos
Que o fizeram sofrer
Então este espirito adotou por fim
O preto
Pois em sua beleza há tudo
Mas também nada há
Podendo viver eternamente
Sem mais sofrer
Em seu mundo de completa
Escuridão.
